quinta-feira, maio 18, 2006

MÚSICA POPULAR BRASILEIRA

A música popular brasileira teve inicio no Brasil colonial, no final do século XVIII, quando surgiram os centros urbanos, porém, já deviam existir entre os habitantes dos primeiros núcleos de população colonial, no século XVI, formas de diversão com cantos e danças.
Os índios, portugueses e negros tiveram influências em nossa música, os indígenas dançavam e cantavam nas cerimônias religiosas e nas festas em comemoração às plantações e colheitas, os portugueses trouxeram o violão, a viola, o cavaquinho, a flauta, o acordeom, o piano, o triângulo e instrumentos de arco, já os negros, através do batuque, do qual surge o lundu, uma dança de origem angolana trazida pelos escravos, que predomina durante o século XIX.
Nas origens, as fases marcantes de 1848 à 1917, a modinha vindo da Europa é incontestável, canção romântica e sentimental qualificada como música de salão, consumida na corte e na burguesia. Os primeiros músicos amadores desta época costumavam formar conjuntos a base de violões e cavaquinhos, aos ouvintes dava a impressão de melancolia, parecendo chorar, essa forma de tocar “chorando” recebeu o nome de choro, a flauta foi o terceiro instrumento mais popular da época.
O samba, de origem africana, nasce no final do século XIX, no Rio, teve sua formação em influências de ritmos que vieram se transformando no decorrer de nossa história, como o batuque, o lundu e o maxixe. Existem vários tipos de samba: samba de breque, samba-canção, samba carnavalesco, samba-choro, samba-enredo, samba exaltação, samba de gafieira, samba de morro, samba de partido alto e outros mais, o samba-enredo é o cantado em desfiles de escolas de samba do qual conhecemos hoje.
A primeira gravação de samba que se tem notícia é “Pelo telefone”, de Donga e Mauro de Almeida foi criação coletiva de um grupo de negros, este samba nos diz que em 1916, vinte e oito anos depois da abolição da escravatura, os negros, os mestiços, os descendentes dos antigos escravos, estavam organizados em um grupo social consciente e pronto para assumir seu lugar na sociedade branca, com o samba surgiu um elemento de ligação entre negros e brancos.
A primeira escola de samba do Rio de Janeiro, a Deixa Falar (1928), com base instrumental formada por instrumentos de percussão, a escola só desfilou em três carnavais, mas ela foi a fonte de inspiração para surgimento de outras escolas, como a Mangueira e a Portela, o primeiro desfile de escolas de samba, realizado em 1929 na Praça Onze, foi ganho pela Portela.
A década de 30 é marcada pelo rádio, teatro e cinema, dando impulso à indústria da música, criando ídolos populares, o teatro de revista ocasionou a procura de novos compositores, mais atualizados, capazes de fazer frente a enorme procura de textos e músicas exigidas pelo novo sistema de consumo.
Entre 1918 e 1930, as comédias musicais dominaram o gosto do público, só cedendo espaço ao cinema no final de 1930, que por sua vez, passou também a divulgar as novas composições.
A música deixou aos poucos, de ser feita apenas por negros ou mestiços em ascensão social, começando a surgir os primeiros compositores brancos.
Noel Rosa que foi uma figura central da música popular, delimitando os chamados “anos de ouro” do samba, gravou muitas composições, fez muitos shows, morreu em 1937.
Década de 40, a obra de maior destaque foi de Ary Barroso, que assumiu papel importante pelo seu conteúdo ideológico que seria mais tarde explorado para a propaganda do Brasil no exterior, suas criações como, “No Tabuleiro da Baiana”, “Na Baixa do Sapateiro”, “Os Quindins de Iaiá” e “Aquarela do Brasil”, o cheiro de nacionalismo verde-amarelo mais tarde venceu um concurso de música popular, onde temas e valores ideológicos foram estimulados. Esta década marcou de um lado nossas exportações de músicos, por outro lado possibilitou a entrada de uma grande onda de música estrangeira no nosso país.
Nesta mesma época surgiu o baião, originários do nordeste brasileiro, introduzindo sanfona, pífaros, triângulos e zabumba.
Em 1958, chegou a Bossa Nova como fruto de um movimento criado por um grupo de intelectuais e artistas da Zona Sul do Rio de Janeiro, com o lançamento do disco “Canção do amor demais”, no qual Elizeth Cardoso cantava em parceria com Tom Jobim e Vinicius de Moraes.
A influência da bossa nova é marcante nas gerações de músicos que se seguiram, formadas basicamente nos festivais da canção promovidos pelas grandes empresas de televisão da década de 1960. Esta década marca o movimento de protesto, o clima liberal criado pelo governo João Goulart, possibilitou um entrosamento maior entre a arte e a política, surgindo na cultura brasileira a tentativa de aproximação em relação às camadas mais pobres da população com a intenção de esclarecimento e catequese. A música de protesto foi, aos poucos, ocupando lugar de destaque nas paradas de sucesso do país, cedendo espaço à música da Jovem Guarda de Roberto Carlos. Roberto e Erasmo deixaram de ser apenas tradutores de um estilo internacional de música popular para serem veículos de coisas novas, assimilando o moderno, inclusive com a adoção de novos instrumentos.
Elis Regina, foi uma figura ilustrativa do período de festivais, revelada pelo I Festival de Música Popular Brasileira promovido pela TV Excelsior - Canal 9 de São Paulo - em 1965, na cidade de Guarujá (S.P.), foi vencedora com a música “Arrastão” em parceria de Edu Lobo e Vinicius de Moraes.
A Excelsior promoveu um outro festival em junho de 1966, o Festival Nacional da Música Popular, no qual começaram a aparecer os nomes como Geraldo Vandré, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Gilberto Gil. No ano seguinte, foi a vez de Chico Buarque vencer o II Festival de Música Popular Brasileira na Record, cantando a marchinha “A banda”, defendida por ele e Nara Leão e “Disparada”, de Geraldo Vandré e Téo de Barros interpretada por Jair Rodrigues, ficou em segundo lugar, neste mesmo ano se ouviu falar em Paulinho da Viola, Edu Lobo com Marília Medalha, os Mutantes de cabelos longos e guitarras elétricas, Chico Buarque se revelado símbolo de resistência à ditadura militar, deixou marca também Caetano Veloso.
Os festivais de música foram promovidos nas décadas de 1960 e 1970 que, além de terem uma grande audiência, revelaram uma das mais brilhantes gerações da música popular brasileira.
Entre a bossa nova e década de 70 ouviu se falar em Tropicalismo que não foi um movimento puramente musical, foi um comportamento adotado por todos os gêneros artísticos.
Após a curta existência do Tropicalismo, a geração do início dos anos 70 estava desesperançada, pois sofriam a guerra do Vietnam, os Beatles haviam se separado e a frase de John Lennon “The dream is over” provocou desconsolo na juventude do mundo inteiro.
No Brasil, os movimentos políticos de 1968 que culminaram no Ato Institucional nº 5, a repressão aos intelectuais e artistas, modificaram o cenário musical do país, aparece a imprensa “underground” (clandestina); valorização da história em quadrinhos; as folhas mimeografadas substituem o livro e são postas à venda em teatros, cinemas, bares e lojas.
os melhores exemplos do comportamento e maneira de pensar dos músicos desse período são Raul Seixas e Paulo Coelho, compositor sem raízes nacionalistas, Raul Seixas propõe música e letra contra o sistema chegando a importar para o Brasil, o movimento “sociedade alternativa” dos Estados Unidos, proposta contrária aos valores da ideologia dominante, é a filosofia do indivíduo descentrado, inconstante, símbolo da verdade móvel, como na sua música “Metamorfose ambulante”.
Rita Lee, cantora, instrumentista e compositora popular brasileira, nascida em São Paulo, que encarnavam o espírito hippie e do grupo Novos Baianos.
Da década de 80 até hoje há a explosão do rock nacional, o primeiro grande sucesso foi a Blitz, de Evandro Mesquita e Fernanda Abreu, com canções como “Você não soube me amar” e “Quero passar um weekend com você”. O Barão Vermelho com a música “Pro dia nascer feliz” e o Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, com “Fixação”. De Brasília vieram os Paralamas do Sucesso, com o sucesso de “Vital e sua moto” e Legião Urbana, com “Será”.
Cazuza se desligou do Barão Vermelho e iniciou uma brilhante carreira solo, interrompida pela Aids em 1990, quando ele se aproximava da MPB. Depois do rock, surgiram vários modismos na virada da década de 1980 para 1990, entre os quais se destacam o pagode, o sertanejo e a axé music.
É neste contexto que vários nomes foram projetados, como Daniela Mercuy, Carlinhos Brown e muitos outros.
No entanto, nesse mesmo período destacaram-se na música popular brasileira, talentos como Chico César, Cássia Eller, Lenine, Adriana Calcanhoto e Guinga.
Passando da experimentação a um estilo definido, a música popular brasileira é hoje respeitada por todos os músicos do mundo, como produto de alta qualidade, inclusive influenciando o comportamento musical da maioria dos grupos instrumentais do exterior.
No final da década de 1980, tornou-se um dos maiores fenômenos de mercado da história da música popular a música sertaneja, entre os músicos que se destacaram neste gênero estão o compositor e intérprete Sérgio Reis (São Paulo), com o sucesso “O menino da porteira”, o compositor Renato Teixeira (São Paulo), que se consagrou com a canção “Romaria”, interpretada por Elis Regina, as duplas Chitãozinho e Xororó (Paraná), Leandro e Leonardo (Goiás), Zé de Camargo e Luciano(Goiás), João Paulo e Daniel (São Paulo), além de muitos outros.

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Resumo de um trabalho enorme sobre a música brasileira, nossa, fiquei super empolgado de ler a história da música desde o começo...

1 Comentários:

Às 11:31 PM , Blogger Danny Souza disse...

NOSSA...
NOTEI A EMPOLGAÇÃO
MAS É FASCINANTE NÃO ?
EU JÁ FIZ UM TRABALHO SEMELHANTE..UNS TEMPINHOS ATRÁS MAS NÃO ERA TÃO ABRANGENTE..
FOI SOBRE A HISTÓRIA DO ROCK EM GERAL..
MAS NEM SE COMPARA AO SEU..rsrs..
BJSS
BYY
DANNY

 

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