terça-feira, julho 25, 2006

Derrota heróica

Complementando um artigo sobre isso que postei outro dia, acho que este tem muito mais haver ... ;)


Fiquei com inveja da derrota da Alemanha. Derrota heróica.
Já a nossa derrota, foi parecida com o que acontece dentro do país, onde a esperança virou decepção por promessas não cumpridas.

Esse fracasso foi uma desilusão educativa. Aprendemos que a república não pode viver na mentira e que a Copa não compensa crimes políticos e tragédias sociais.

Parreira disse a frase suicida: "Não estávamos preparados para perder". Como se a seleção fosse um "anúncio" , programado para nos manter num ingênuo otimismo.

Até outro dia, zé manes e celebridades, bóias frias e banqueiros, todos torciam juntos, como se todos fossem iguais. Nunca tivemos uma torcida tão sedenta.

Mas foi diferente de 1950. Lá, sonhávamos com um futuro para o país. Agora, queríamos esquecer o presente dramático. E a realidade voltou.

E vendo o jogo com a França, lembrei-me do Neném Prancha, velho treinador, que dizia aos meninos do Botafogo: "vai na bola como num prato de comida".

Nossos craques jogaram com a displicência de ex-famintos, de milionários soltos na Europa, com louras vertiginosas.

Nossa seleção não foi a pátria de chuteiras, não. Foram apenas chuteiras sem pátria.

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