quarta-feira, setembro 27, 2006

Software livre - Mudando para melhor

O que é software livre?

Software é um programa de computador que permite escrever textos, planilhas, navegar e se comunicar pela Internet, entre tantas outras funções. O software livre não é um produto diferente. Ele faz as mesmas coisas que os programas que você usa cotidianamente no seu computador. As características que o tornam livre são que, além de usá-lo, você também pode copiá-lo, distribuí-lo e alterá-lo.

Essas liberdades são responsáveis por uma série de benefícios, como a possibilidade de pesquisar, estudar, mudar e aperfeiçoar os programas, a fim de que eles sejam adaptados à realidade de cada usuário.

E tudo isso é possível porque o software livre possui o código-fonte aberto, algo que o torna publicamente acessível. Segundo a Fundação Software Livre (Free Software Foundation), são quatro as liberdades que caracterizam o software livre:

* A liberdade de se executar o programa para qualquer propósito.
* A liberdade de se estudar como o programa funciona e adaptá-lo para as suas necessidades. Acesso ao código-fonte é um requisito para esta liberdade.
* A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar seu próximo.
* A liberdade de aperfeiçoar o programa e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie. Acesso ao código-fonte é um requisito para esta liberdade.

Toda essa liberdade gera uma evolução constante e compartilhada, que faz do software livre uma opção cada vez mais adequada e eficiente para o governo federal, estadual e municipal.

Qual a vantagem de usar software livre?

Quando o assunto é software livre, o que não faltam são vantagens. Não há gastos com o pagamento de licenças de uso nem envio de royalties ao exterior pelo Brasil. Essa verba pode ser redirecionada para investimentos em Tecnologia de Informação (TI), treinamento de profissionais e aquisição de melhores equipamentos.

Cabe deixar claro que apesar de não haver o custo com licenças, um software livre não é necessariamente grátis. As modificações e melhorias feitas nos códigos podem ser repassadas, copiadas livremente e até mesmo vendidas. Há várias empresas no Brasil que já começaram a adotar esse novo modelo de negócios baseado em inovação permanente e na prestação de serviços.

Os programas podem ser adaptados de acordo com as necessidades específicas de cada usuário ou empresa. O usuário pode buscar as atualizações de código diretamente com a comunidade de desenvolvedores daquele aplicativo ou sistema, via Internet, uma vez que as melhorias promovidas são compartilhadas e tornadas públicas. Também existem as empresas que customizam seus produtos, vendem suporte e treinamento para estas plataformas. Ou seja, flexibilidade é uma palavra-chave para quem trabalha com software livre.

Os recursos do hardware são mais bem aproveitados. Os desenvolvedores de software livre têm como prática aproveitar ao máximo a capacidade das máquinas, prolongando assim a vida útil dos equipamentos. No caso do software proprietário, novas versões normalmente geram custo casado, isto é, como as atualizações dos programas ou plataformas ficam cada vez mais pesadas, acabam obrigando o usuário à compra de novos computadores.

A segurança é garantida. E isso acontece por uma razão bastante simples: como os códigos e as rotinas de processamento de um software livre são liberadas à comunidade e conhecidas por um número grande de pessoas, é mais fácil descobrir problemas ou até mesmo se antecipar a eles, garantindo mais integridade e segurança aos aplicativos. A condição de código aberto permite que os programas e as plataformas sejam auditados, para que se evitem fraudes e rotinas indevidas dentro do sistema.

No sistema proprietário não é possível tal domínio sobre os códigos, pois o comprador detém somente a licença de uso, sendo um simples locatário do programa, podendo instalá-lo somente em um equipamento.

Em suma, a abertura leva a uma maior validação do código, resultando em menor vulnerabilidade a intrusos e maior capacidade de desenvolvimento. Mais do que uma medida de segurança, software livre é uma medida de eficiência.

Quais os benefícios de sua adoção para o Brasil?

Em primeiro lugar devemos destacar que, ao incentivar o uso de software livre, o País reduz os gastos com o pagamento de licenças e conseqüentemente o envio de divisas para o exterior, recursos esses que poderiam ser mais bem empregados para o fomento da indústria nacional.

Prova disso é que empresas que trabalham com desenvolvimento, treinamento, manutenção e suporte em software livre estão gerando mais empregos e distribuindo tal conhecimento.

Todos esses fatores contribuem para o incremento da inteligência coletiva do País e para a criação de uma grande indústria nacional de tecnologia da informação. Uma indústria com poder de competir de igual para igual com os grandes detentores mundiais de tecnologia.

Também é possível incluir digitalmente um número maior de pessoas. É o que acontece com os telecentros, locais onde a população tem acesso gratuito ao uso de computadores e à Internet, recebendo treinamento básico e conhecimentos distribuídos pela rede. Experiências como essas só se tornaram viáveis com a utilização de software livre, pois o orçamento disponível não seria suficiente para o pagamento de licenças, caso fossem utilizados sistemas proprietários.

Hoje já existem muitos usuários de software livre no mercado?

Há tempos o software livre deixou de ser uma novidade para se tornar uma tendência que vem ganhando, a cada dia, novos e importantes adeptos, principalmente com o sucesso de sistemas operacionais como o GNU/Linux ou o sistema Web Apache, ambos com qualidade indiscutível e atestada mundialmente.

Não é raro empresas disponibilizarem dados comprovando as vantagens advindas do uso de software livre, como geração de mais negócios, com mais qualidade e economia. São exemplos desse sucesso Carrefour, Casas Bahia, Pão de Açúcar, Terra, Varig, Mais Indústrias de Alimentos, Banco Itaú, Philips, Mitsubishi, Deutsch Bank, entre outros.

Órgãos governamentais do Brasil e dos Estados Unidos também utilizam software livre. Estamos falando de nomes de peso como Nasa, Casa Branca, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Supremo Tribunal Militar e vários ministérios, entre muitos outros. Receita Federal, Serpro, Embrapa, Eletronorte, Petrobras e Metrô SP também estão entre os que usam software livre.

O software livre também ganha espaço na esfera estadual e municipal, onde, gradativamente, os sistemas estão sendo migrados para plataforma livre, a começar pela utilização da suíte de escritório OpenOffice.org.

É bom lembrar: no modelo de software livre a fonte de receita provém da prestação de serviços e da necessidade de agregar conhecimento permanentemente. Assim, a renda gerada com o desenvolvimento dos softwares é apropriada localmente e a geração de empregos se dá no próprio país. Isso é uma oposição à atual situação, que gera dependência externa e o envio de royalties desnecessários.

Como eu faço para utilizar software livre GNU/Linux na minha máquina?

Não tem segredo. Hoje em dia já existem vários tipos de distribuição GNU/Linux. "Distro", como é comumente referida uma distribuição, é um empacotamento feito por empresas como RedHat (norte-americana), SuSE (alemã), Mandrake (francesa) e Conectiva (brasileira). Também há distro feita por uma comunidade de usuários, como o Debian, Libertas e Slackware. Optando por uma delas, você pode fazer um download da imagem do site mantenedor da distribuição ou adquirir o CD-ROM para instalação (o valor cobrado refere-se apenas à mídia e envio, não sendo computado o do software, que é gratuito).

Como você pode ver, software livre é sinônimo de evolução, eficiência, segurança e, acima de tudo, simplicidade.

O que aconteceria com meus arquivos caso passasse a utilizar GNU/Linux?

Como acontece em qualquer atualização de sistema operacional, proprietário ou não, é necessário fazer uma cópia de segurança dos arquivos (backup) para posterior restauração no novo ambiente instalado. Tais arquivos, gerados em software proprietário, podem ser abertos e editados por aplicações similares em software livre, desde que possuam a mesma funcionalidade daquela que lhe deu origem, como editor de texto, planilha de cálculo ou imagens. Podemos citar alguns exemplos: os arquivos .doc e .xls podem ser abertos e alterados pelo OpenOffice.org e as imagens em .gif e .jpeg podem ser trabalhadas no Gimp, uma poderosa ferramenta de edição de imagens. Os arquivos de som, como .wav e .mp3, podem ser editados em ferramentas de áudio e tocados no XMMS, o player mais popular do mundo GNU/Linux. Ou seja, as mudanças serão mínimas e os benefícios bem maiores.

Como faço para atualizar as versões dos aplicativos?

Na plataforma livre o usuário pode atualizar programas baixando versões disponíveis gratuitamente na Internet ou solicitá-las a uma distro.A vantagem é que você pode optar por um aplicativo que seja suportado pela configuração do seu computador.

Software livre, mudando para melhor.

Cartilha sobre software livre, distribuída no Fórum Internacional de Software Livre

terça-feira, setembro 19, 2006

Uma densa brisa fria, sorrateira, invadiu-me deslizando suave pela atmosfera, vencendo o, hoje, maldito espaço entre as fortes janelas. Era como um líquido, não sei se quente, não sei se frio, não sei se gosto, não sei se odeio, não sei se choro, não sei se deito, não sei se me torno pedra ou deixo tornar-me água.

A incerteza me faz adorar esse carpete imundo da sala, o único objeto merecedor de atenção, meu espelho. Como eu queria vê-la senhorita nascer do Sol. Porque minhas afirmações agora são medíocres anseios de uma criança ? E a luz é lâmina, como o belo faz doer ? Porque ? Porque ? Porque ...

Autor:
Egon E. B. F